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Os desafios climáticos para Portugal nas próximas décadas

Após décadas de compromisso perdidas em torno da inação quanto às alterações climáticas, torna-se cada vez mais evidente a urgência em impactar o mínimo possível a nossa coexistência e desenvolvimento com o resto dos recursos do planeta. A questão já não se põe tanto em perceber realmente o impacto que a humanidade tem tido no ambiente durante as últimas décadas, mas sim na sua capacidade para combater esse mesmo impacto nas décadas vindouras.

Alguns dos fatos que contribuem para esta urgência, quer a nível internacional como nacional:

  • 2015 fica registado como o ano mais quente desde que há registos, sendo atingido o aumento de 1ºC na temperatura, quando comparado com a era pré-industrial
  • o período que abrange as 3 últimas décadas foi o mais quente na superfície do hemisfério do Norte desde os últimos 1400 anos
  • correlacionado está o expectável aumento do nível do mar, podendo atingir um metro no final do corrente século
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E em Portugal?

  • decréscimo de 25% nos níveis de precipitação durante o período de Primavera/Verão e de 15% durante o Outono/Inverno
  • no pior cenário prevê-se uma subida da temperatura média anual de 7 graus, nas últimas décadas deste século, quando comparado com as últimas 3 décadas
  • 26% das emissões de gases com efeito de estufa em Portugal provém do sector dos transportes, em particular devido ao transporte rodoviário individual.
  • 74% da energia consumida em Portugal depende da importação
  • Média de 6,5 toneladas de CO2/ano por habitante em Portugal

Portugal não é exceção no combate às alterações climáticas enfocando a sua estratégia na descarbonização do sector energético e dos transportes, tornando-se nos últimos anos uma referência nomeadamente na área de energia e da mobilidade.

  • Atualmente, 25% da energia total consumida provém de energias renováveis
  • Taxa de penetração da de energias renováveis no consumo de electricidade
    • 2016: 55,8%
    • 2017: 55,4%
    • 2018: 53,7%
  • Consumo de eletricidade assegurado em 100% por fontes renováveis, no mês de Março 2018 (inédito em 40 anos)

Entre os 8 eixos que o atual governo apresenta no programa Portugal 2030, está exatamente o de Energia e alterações climáticas, onde consta assegurar as condições para a diminuição da dependência energética e de adaptação dos territórios às alterações climáticas, nomeadamente garantindo a gestão dos riscos associados.

Antecipando porventura a década que será mais exigente em termos de metas ambientais e energéticas a própria nova orgânica do atual governo contempla uma adaptação de um ministério passando a chamar-se “Ambiente e Transição Energética”, comprovando o foco nesta temática e compromisso que Portugal tem tentado demonstrar nesta área.

Ora esta preocupação nacional vem de encontro aos últimos desenvolvimentos internacionais, com alguns passos importantes na combate às alterações climáticas a serem dado nas últimas cimeiras do clima, através de compromissos da maioria dos estados com objetivos concretos, em certa medida pressionados por grandes manifestações oriundas das faixas etárias mais jovens e de sucessivos avisos da comunidade científica.

Esperam-se novos desenvolvimentos e adaptação dos objetivos governamentais à medida que a pressão mediática for aumentado e que novas evidências forem surgindo quanto ao impacto da humanidade no clima. Acompanharemos neste espaço esses últimos desenvolvimentos dando especial enfoque a nível nacional, mas também alterações no panorama mundial quanto a esta temática.